O papel das lideranças tem sido pauta das empresas de todo o mundo, especialmente, neste momento atual de recuperação dos negócios, após o ápice da crise sanitária.
A COVID-19 surgiu e um padrão de incertezas instalou-se no ambiente corporativo, desafiando os gestores e fazendo com que “todos os alarmes de riscos fossem acionados” dentro da empresa. A ordem de todos os dias passou a ser: reinvenção e superação.
No cenário econômico atual, onde a inadimplência atinge 66,13 milhões de brasileiros, alguns desafios exigem do CFO (Chief Financial Officers) uma atuação mais robusta e rigorosa no controle da crise, com uma atuação mais forte e evidente.
O papel do CFO moderno
O cargo de CFO tem evoluído significativamente nos últimos anos, e é inegável seu papel mais estratégico no negócio.
Responsáveis pelo controle financeiro da empresa, o que inclui a gestão de crédito, o CFO tem influência direta sobre a margem de lucro do negócio, controle de custos, análise orçamentária e avaliação de riscos em operações financeiras.
Esses gestores conseguem estabelecer uma linha de ação coerente na administração da rentabilidade da empresa, tornando-se um profissional de alta confiança numa era de disrupção e modernidade.
Como o CFO pode ajudar na redução da inadimplência?
CFOs utilizam diversas metodologias e estratégias para atingir um objetivo em comum: garantir um nível baixo de inadimplência.
O alcance dessa meta passa por uma série de diligências preestabelecidas e pesquisas de mercado, que tendem a definir os critérios de concessão de crédito para os clientes e, consequentemente, um índice de adimplentes mais favorável à saúde financeira das empresas.
Conheça com mais detalhes algumas ações práticas que os CFOs utilizam no combate à inadimplência:
Identificar clientes com maior risco
A gestão de riscos faz parte do dia a dia do CFO, onde utilizar manobras de controle de crédito está no escopo das atividades inerentes às organizações.
Na análise de clientes com maior risco, é importante lançar os olhos para o passado e apurar o comportamento de compra dos clientes – seu demonstrativo financeiro –, levantar informações de mercado, do histórico do cliente com a empresa e checagem em agências de rating.
Trata-se de um trabalho de grande porte devido às particularidades e complexidades das corporações. Por isso, faz-se necessário um plano estratégico voltado à equipe para a apuração desses dados que, uma vez organizados, facilitará aos gestores a delimitação do crédito.
Verificação de crédito mais rigorosa
A análise de crédito, especialmente no cenário atual, demanda uma rigorosidade maior.
É fundamental incluir como ferramenta a política de garantias além de metodologias que calculem o limite de crédito baseado no perfil e capacidade de pagamento de cada cliente para uma decisão mais assertiva.
Ações preventivas de risco de crédito envolvem planejamento e gerenciamento proativo, por isso, é necessária a implementação de medidas que ajudem a reduzir o risco de inadimplência no estágio de integração do cliente. Neste caso, a diligência é o caminho.
Analisar a possibilidade de contratar um seguro de crédito comercial
A gestão de cobrança é uma das mais importantes atribuições de um CFO da atualidade. Isso ocorre porque um dos ativos mais sensíveis de uma empresa é o Contas a Receber.
Este setor está muito exposto à flutuação da economia devido às consequências da atual crise econômica mundial, ainda sem previsão de término, causada pelo Covid-19.
Com base em casos reais de falência ou recuperação judicial de empresas nos últimos dois anos, os CFOs estão considerando adotar medidas que protejam a empresa em situações inevitáveis que possam atingir o seu caixa, como o Seguro de Crédito Comercial.
Em comparação a outras estratégias de proteção do caixa, o Seguro de Crédito é a que demanda menos custo e burocracia, porém, contratar uma seguradora para esse fim está longe de ser uma solução simples.
A estreita colaboração entre as seguradoras confiáveis e as empresas é crucial para proteger os interesses do negócio e mitigar os riscos de recebimento e insolvência.
Saber gerir o caixa em momentos de incerteza.
A pandemia da Covid-19 provocou mudanças profundas na sociedade e nos negócios do mundo todo. As organizações têm estado em alerta, trabalhando em estratégias que atendam suas responsabilidades financeiras de curto e longo prazo.
Gestão de caixa, manutenção de ganhos de desempenho, margens e capital de giro são prioridades neste momento de estresse e incerteza. Somente o planejamento preventivo preservará as empresas para um futuro desconhecido.
Os CFOs com visão holística sobre a direção dos negócios envolvem o planejamento estratégico desde o princípio para evitar decisões não avaliadas que possam prejudicar o caixa da empresa.
A transformação digital como aliada do CFO
O avanço tecnológico, que já vinha ocorrendo ao longo do tempo, foi impulsionado pela pandemia, acelerando novos tipos de serviços demandados pelo mercado Com isto, o CFO moderno precisa munir-se de insights tecnológicos, com uma nova mentalidade por inúmeras vezes, para atuar com maior assertividade e velocidade.
Muitos hábitos e necessidades mudaram, assim como a forma que nos comunicamos, essas novidades fazem com que o CFO precise adaptar-se ao novo perfil do cliente atual, o que demandará um formato de atendimento diferenciado para que num ambiente cada vez mais digital, não se perca o humanismo nas relações.
Assim, o papel estratégico do CFO também se aplica à transformação digital. De acordo com dados da Raconteur (agência de conteúdo para business decision-makers), 41% das atividades dos atuais CFOs não estão ligadas à área de finanças, mas, inclui desde a liderança estratégica a tendências tecnológicas.
Como o CFO ajuda na Gestão de Caixa?
A gestão do capital de giro, redução de estoque e gestão de dívidas, o que inclui renegociação das mesmas, são também, prioridades para o setor de finanças da empresa.
Além disso, a conciliação de prazos e instauração de parcerias com instituições financeiras oferecem rapidez na movimentação financeira da organização.
O CFO precisa aplicar medidas preventivas e protetivas na gestão de caixa para garantir maior rentabilidade à empresa, mesmo em momentos de crise.
Definir a organização e a estratégia de gestão de crédito
O CFO tem papel hegemônico nas finanças da empresa, os impactos no fluxo de caixa e na rentabilidade da empresa estão intrinsecamente ligados às suas funções.
Dito isso, a gestão de crédito deve também estar prevista em suas obrigações e cabe, necessariamente, ao CFO orientar a equipe financeira sobre os processos que serão implementados no departamento, juntamente com o apoio do gestor de crédito.
Na definição de uma estratégia, em sua amplitude, a organização do setor de crédito define prioridades que decorrem dos objetivos principais da empresa.
Essas prioridades, na prática, refletem na redução do DSO (Days Sales Outstanding) e melhora do caixa, além de outros resultados benéficos às finanças. O DSO nada mais é que um indicador que aponta a média de dias que uma empresa leva para receber uma venda.
A estratégia na gestão de crédito não visa somente o fluxo de caixa e rentabilidade em si, mas todo o planejamento também considera crises futuras, ou seja, a aplicação de metodologias de prevenção de crises no financeiro como, por exemplo, o Seguro de Crédito Comercial.
Com o apoio do CFO na gestão de crédito, o financeiro terá um equilíbrio produtivo que resguardará as finanças da empresa, estabelecendo uma organização coerente com as necessidades do negócio.
O CFO e as tendências tecnológicas
O CFO atual tem mais visibilidade corporativa e contribui mais ativamente com sua visão transformadora na condução da empresa, pretendendo sua saúde financeira.
Além disso, acompanhar as tendências tecnológicas e implantá-las de acordo com as necessidades do setor, aumentarão a produtividade da equipe e evitarão alguns erros decorrentes de falhas humanas. A automação dos processos tende a aumentar o compliance da empresa e a segurança dos dados.
Outro exemplo é a ampliação dos canais de cobrança por meio da cobrança digital, pois a automatização dos processos é uma estratégia fundamental para acelerar a recuperação financeira, diminuindo a inadimplência.
O CFO moderno está sempre a olhar para frente, cercando-se de informações e conhecimentos pertinentes que levem a empresa a atingir suas metas e, consequentemente, seu sucesso.