As empresas estão imersas em um cenário de grande acesso à informação e alta competitividade, diante disso, diversas métricas são utilizadas para verificar o desempenho das organizações.
A EBITDA é um desses indicadores pelos quais a performance corporativa é medida e que, muitas vezes, define como uma empresa é vista no mercado.
Dessa forma, numa realidade de grande concorrência, em que parcerias e investimentos podem estabelecer vantagens competitivas, é fundamental conhecer os fatores que podem impactar esta métrica. Dentre elas a inadimplência.
O que é EBITDA?
Antes, porém, de abordar a relação entre EBITDA e inadimplência, é importante conhecer este indicador contábil. A sigla significa Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, e é conhecida em português por LAJIDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização).
Essa métrica de nome auto-explicativo permite verificar o quanto, de fato, a empresa gerou de valor em um determinado período sem os descontos indicados na sua sigla, sendo muito utilizada como forma de análise de empresas de capital aberto.
Objetivamente, trata-se do lucro operacional acrescido dos valores de amortização e depreciação. Ou seja, é um indicador que desconsidera os custos que não se relacionam efetivamente com o negócio.
Função e aplicação do EBITDA
Embora para a gestão essa métrica não se configure como a única que determinará por completo a situação financeira do negócio, o EBITDA demonstra o desempenho da empresa quanto a venda de produtos ou serviços. Dessa forma é possível perceber o crescimento da lucratividade da organização.
Por esse motivo, muitos gestores e analistas financeiros utilizam essa métrica como meio de verificar a rentabilidade, sustentabilidade e eficiência de uma corporação, especialmente as de capital aberto, e, a partir disso, muitas vezes, verificar a viabilidade de investimentos.
Além disso, o EBITDA, permite averiguar se um negócio é capaz de pagar suas dívidas em curto prazo – prática que teve seu início e se popularizou desde os anos 80 –, ao observar se, embora endividada, a empresa gera lucro alto e consistente.
Cálculo do EBITDA
Precede à apresenstaçao do cálculo dessa métrica, a necessidade de conceituar brevemente os componentes desta operação contábil:
- Lucro operacional líquido: Presente no DRE, diz respeito ao lucro obtido somente pela operação própria da empresa, para seu cálculo, deduz-se as as despesas operacionais da receita líquida;
- Juros: montantes referentes às taxas cobradas sobre empréstimos e financiamentos contraídos pela companhia;
- Receitas financeiras: valores gerados pelos investimentos financeiros realizados pelo negócio;
- Impostos: conferem todas as despesas relacionadas ao cumprimento das obrigações legais da empresa.
- Depreciação: corresponde a desvalorização que afeta, ao longo da vida útil, os ativos tangíveis do empreendimento.
- Amortização: refere-se a desvalorização dos bens intangíveis do ativo permanente da companhia.
O EBITDA pode ser obtido através de duas operações, ou através do lucro líquido ou através do lucro operacional, conforme é demonstrado respectivamente abaixo
Lucro Líquido + Juros +Impostos + Depreciação + Amortização = EBITDA
Lucro Operacional + Depreciação + Amortização = EBITDA
O lucro operacional é o mais utilizado pelas empresas e através das informações contidas no DRE é possível realizar o cálculo do EBITDA.
Principais aplicações do EBITDA
No artigo já foi possível ver algumas aplicações para essa métrica, contudo, aqui, de maneira sistemática, serão apresentadas algumas maneiras de utilizar o EBITDA
- Na análise da capacidade de uma corporação gerar renda a partir das atividades próprias do negócio, ou ainda, compreender como os resultados da empresa acontecem em função da eficiência, produtividade e geração de receita.
- Na comparação entre companhias de um mesmo segmento, uma vez que os indicadores utilizados serão os mesmos, independentemente, das particularidades de cada negócio. Afinal, pelo EBITDA, fatores alheios à operação da empresa são desconsiderados – amortização, depreciação e impostos.
- Na avaliação entre as empresas quanto ao seu potencial, especialmente para investidores que podem decidir sobre a aplicação de capital nesse ou naquele negócio, pois também podem confrontar a melhora na produtividade e na eficiência de diversas companhias.
- Na consideração sobre a competência de crescimento de uma organização num determinado período de tempo, através da aferição do lucro obtido sem os “ruídos” causados por parâmetros que não são intrínsecos ao negócio. O comportamento do EBITDA, crescente, estável ou decrescente indica sua evolução ou involução para o mercado.
Múltiplos baseados no EBITDA
Uma prática comum, especialmente no mercado financeiro, é a avaliação e comparação de companhias através de múltiplos, que podem indicar oportunidades de investimento e que são obtidos, em sua maioria, pela relação entre o valor da empresa ou o preço das ações com alguma informação contábil.
O EBITDA gera diversos múltiplos, dentre os quais destacam-se o EV/EBITDA e o DL/EBITDA, que avaliam uma empresa de maneiras e com propósitos distintos.
O primeiro relaciona o Entrerprise Value (EV) ou Firm Value (FV). Ou seja, é o valor da firma em função do EBITDA, e é cada vez mais usado no Valuation das empresas pela facilidade do cálculo, frente ao fluxo de caixa empresarial, e por não ser volátil como o Lucro Líquido.
Por outro lado, a proposta do DL(Dívida Líquida)/EBITDA (DL = endividamento total – disponibilidades) não está ligada à definição do valor de uma empresa, mas à indicação do seu nível de endividamento.
Aqui o indicador EBITDA é usado como uma representação (proxy) da formação de caixa pela companhia, e o resultado da razão entre os dois parâmetros apresenta o tempo que seria necessário para uma organização pagar suas dívidas a partir de sua própria geração de capital.
De uma maneira geral, o resultado aceitável para essa divisão – que é lido em ‘vezes’ –, é de 1 ou 2x, enquanto valores acima desses servem como sinal de alerta.
Confiabilidade do EBITDA e suas vantagens
Embora tanto o EBITDA e os múltiplos gerados a partir dele não possam ser usados de maneira isolada para determinação e algum aspecto das empresas, trata-se de uma métrica de tendência de lucros de um negócio muito confiável, pois é, ao mesmo tempo, bem alicerçada e simples.
- Além disso, a utilização desta métrica apresenta algumas vantagens, tais como: Apresentar-se como um excelente parâmetro de internacionalização do mercado, visto que, por ser padronizado, permite a comparação com empresas internacionais;
- Possuir menor volatilidade quando comparado ao lucro líquido;
- Ter um cálculo de fácil realização.
Inadimplência e EBITDA
O processo de reincidência em crises econômicas que marcou, pelo menos, a última década no País, somado com o estabelecimento da pandemia nos dois anos passados, gerou um processo de crescimento de endividamento dos consumidores brasileiros, que alcançou a marca de 62 milhões de brasileiros, ou ainda, segundo uma pesquisa da CNC, de 76,3% das famílias endividadas.
Contudo, paralelamente a essa realidade nacional, o cenário de concorrência entre as empresas, num mercado extremamente globalizado, tornou-se cada vez mais acirrado, exigindo das empresas uma alta competitividade, traduzida muitas vezes pela capacidade de um negócio aumentar sua rentabilidade e lucratividade.
Diante de tais fatos, o papel da gestão e do setor de cobrança vem ganhando mais destaque, uma vez que seu desempenho impacta diretamente na saúde financeira das empresas.
Embora a inadimplência de clientes seja inerente aos negócios, o aumento descontrolado de consumidores devedores causado por ineficiência na operação de cobrança tem efeitos diretos nos resultados da companhia.
Os gestores ao avaliarem o EBITDA podem identificar que o seu resultado inadequado, que impede o crescimento da empresa, está, talvez, na dificuldade de diminuir o número de clientes inadimplentes. Algo que pode, além de afetar o desempenho financeiro corporativo, tornar-se uma barreira para parcerias e investimentos externos.
Por isso, é imperativo que as empresas aumentem a eficiência de recuperação de capital, através da automatização dos processos de cobrança, especialmente de processos manuais e repetitivos; da adequação às demandas de personalização de atendimento e oferta de soluções aos clientes com dívidas.
Além da disponibilização de plataformas que deem autonomia ao consumidor na resolução de suas pendências financeiras com a organização e que mantenham as características do negócio.
Esse movimento de aperfeiçoamento da gestão e processos de cobrança, além de diminuir o número de consumidores devedores, resulta, portanto, em melhoria na lucratividade empresarial. A concessionária de energia elétrica na cidade do Rio de Janeiro, LIGHT, por exemplo, afirma que um dos fatores que impactaram positivamente seus resultados, foi a redução da inadimplência.
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O primeiro, um sistema de cobrança que viabiliza o gerenciamento de carteiras de inadimplentes, a gestão das terceirizadas e automatiza processos de cobrança; o segundo, um sistema de cobrança totalmente digital; uma plataforma white label.
Fatores que tornam a MFM o parceiro ideal para tornar os seus processos de cobrança mais eficientes e restabelecer confiança entre as empresas credoras e seus clientes.
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